21/05/2013
Os eventos mundiais que o Brasil vai sediar abrem espaço
para a indústria da segurança privada lucrar com tecnologias cada vez mais
arrojadas. Por US$ 100 milhões, o governo pode adquirir todo o equipamento de
segurança exigido para eventos como a Copa das Confederações, mas costuma
alugá-lo por até um terço deste valor, de acordo com o CEO da Smiths Detection,
Danilo Dias, responsável pelo aparato da Rio+20 (2012), dos Jogos
Pan-Americanos no Rio de Janeiro (2007) e da Copa do Mundo da FIFA na Alemanha
(2006).
As tecnologias variam do clássico scanner de metais a
detectores de armas químicas e biológicas. O espectômetro, um instrumento
óptico, é um dos exemplos: detecta mais de 30 mil substâncias, como drogas e
narcóticos, incluindo ameaças biológicas. Um equipamento portátil, da marca
Radseeker, é capaz de identificar sinais radioativos no entorno dos eventos. A
Smiths Detection utilizou mais de 200 unidades deste tipo de aparelho na
Olimpíada de Atenas, em 2004.
Outro aparato é um instrumento de raio X capaz de controlar
um grande fluxo de objetos. Ele escaneia até 1,8 mil unidades por hora, e é
muito usado na revista de malas nos aeroportos.
Investimentos
Somente em segurança pública, o investimento federal
estimado de três grandes eventos brasileiros – Copa das Confederações 2013,
Mundial da FIFA (Federação Internacional de Futebol) de 2014 e Jornada Mundial
da Juventude – será de R$ 1,17 bilhão, informou a Secretaria Extraordinária de
Segurança em Grandes Eventos. Somente no Mundial de 2014, por exemplo, o
investimento total em segurança é estimado em R$ 1,879 bilhão. Fica a cargo dos
governos estadual e federal o controle de acesso aos locais dos eventos, como
estádios, aeroportos e terminais de passageiros, onde prevalecem os detectores
de metal.
Na Copa das Confederações, a FIFA divide com o governo a
responsabilidade pela segurança nas seis cidades-sede (Brasília, Fortaleza,
Recife, Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro), entre 15 e 30 de junho. Os
magnetômetros de mão, conhecidos como “raquetes” devido ao formato portátil,
foram adquiridos pela FIFA para detectar metais, armas ou detonadores em
pessoas e objetos. Aparelhos de raios-x, scanners de veículos e câmeras de
vigilância de alta definição, que identificam pessoas em meio a multidões, também
integram o aparato fornecido pela segurança privada.
A entidade contratou seis empresas brasileiras de vigilância
para preservar áreas próximas ao evento – como estádios, hotéis que hospedam as
delegações e centros de treinamento –, mas não divulga o investimento que
desembolsou, nem as empresas envolvidas.
Cerca de 15 mil agentes privados de segurança, contratados
pela FIFA, farão a vigilância das instalações do evento junto a três mil homens
das polícias e exército. No Mundial de 2014, a estimativa é que o efetivo dobre
de tamanho.
Mercado brasileiro
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas
Eletrônicos de Segurança (ABESE), o mercado de segurança privada no País
movimentou mais de US$1,96 bilhão em 2012, um crescimento de 9% ante o ano anterior.
Este aumento deve chegar a 11% em 2013, acredita a presidente da entidade,
Celma Migliori.
Fonte: IG
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